quinta-feira, 18 de março de 2010

Parte 1: Da capacidade finita, ou da guerra contra as máquinas

Nada se sabe. De nada!
A única relação que estabelecemos com o mundo exterior faz-se através de um filtro que ainda mal compreendemos: o nosso cérebro. Tudo o que passa por ele é já um sinal convertido. Imagens, sons, cheiros, todas as sensações que dizemos ter são apenas uma emulação de algo que existe fora de nós, são uma interpretação cuja fidelidade não podemos avaliar. Os nossos instrumentos foram idealizados pelo nosso cérebro e criados, directa ou indirectamente, por entidades ao serviço do mesmo. Como podemos então testar a validade dos nossos resultados, se criámos as máquinas não à nossa imagem, mas à imagem daquilo que precisamos? Não dizendo que estas máquinas tenham sido criadas para provar que estamos certos, estas estão certamente viciadas pela nossa estrutura de pensamento, pelos nossos hábitos e manias. O humano (neste caso específico), ou qualquer outro ser, é incapaz de construir algo que o ultrapasse. Este facto pode ser interpretado como um mecanismo de defesa da própria essência dos seres, ou da matéria, ou apenas como um limite da inteligência universal. Desafio qualquer um a dar provas de qualquer coisa que ultrapasse a capacidade conceptual dos humanos, mas que tenha sido criada por estes.

MFerreiro.

3 comentários:

  1. A meu ver, a real capacidade conceptual é exclusiva dos seres vivos e, nesa prespectiva, um humano (ou melhor, um par deles=P) é capaz de conceber um outro cuja capacidade conceptual seja superior à sua. As máquinas possuem apenas, ainda que numa escala muito mais rápida e globalizante que a humana, capacidades associativas das ferramentas e dados que os humanos para elas conceberam.

    (Nice to see you writing again, (just) one of the things I missed=P)

    *eliminei o primeiro porque tinha um erro ortográfico atroz xD

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  2. Sim, não tinha pensado nessa abordagem! Vou meditar sobre a tua posição, e dar-lhe-ei uma merecida resposta =)

    (Pelo menos durante uns tempos as minhas entradas vão andar muito filosóficas =P É bom, sabes? =P)

    Eu sei xP

    MFerreiro.

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  3. (uma das coisas boas no teu blog é eu poder dizer aquilo que me apetecer e eu sei que vais perceber.. e uma coisa boa para ti é que tu gostas disso xD)

    Sabes como é que a matemática de ponta funciona ? Existe um teorema que é o teorema da incompletude. Este diz basicamente que existe um universo de enunciados verdadeiros que se podem provar, e um universo de enunciados falsos que se podem provar.. Contudo diz também que existe um universo intermédio de enunciados verdadeiros que pura e simplesmente não se podem provar. E a relatividade e a mecânica quântica? Duas ciências provadas em muitos dos seus aspectos, contudo a incompatibilidade das duas está a dar cabo da cabeça das pessoas que estão a tentar a teoria de tudo (e em breve, ao brito xD) à décadas..

    sugiro este vídeo xD http://www.youtube.com/watch?v=_bR8cuA3e3U

    Isto tudo para dizer o que.. Existe uma incerteza tão grande na vida que, basicamente, ninguém consegue dizer quase nada com o mínimo de certeza. Poderemos criar "vida" mais inteligente que a nossa? eu espero bem que sim se não estamos todos desgraçados e os meus mega netos não vão poder trazer-me de volta à vida para inaugurar a primeira viagem a um planeta com vida inteligente! Criar circuitos eléctricos que imitem os impulsos que temos que, depois de descodificados no nosso cérebro, nos transmitem os cheiros, cores, sensações,... poderemos fazer uma máquina sentir? o que é sentir? ter uma resposta corporal (hormonal, nervosa, etc) de um certo tipo de informação que chegou ao nosso cérebro através de impulsos eléctricos ? Porque não? Acção.. Reacção.. Será possível uma máquina ter recordações? Armazenar informação de datas, acontecimentos e até de sentimentos? Não digo que será amanha, mas eu acho bem possível. Pensar mais depressa vão certamente.. cerca de 300 mil km /s mais depressa ;)

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