segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Bu

Quase um mês.

Quase um mês estive eu longe de vocês, caros leitores.

No entanto, aquilo que para vocês foi quase um mês, para mim foi quase um ano.
Corri, sempre atrasado, para todo o lado. Corri, trabalhei, estudei, falei, olhei, aprendi, desaprendi, corri mais ainda, andei de transportes, sempre cronometrando o tempo de cada um, esperei por semáforos, por carros, por transportes públicos, por elevadores, por ser atendido, por comer, mas nem quando esperei consegui descansar, havia sempre demasiado na minha cabeça, nas mãos, nos bolsos, aos ombros, às costas e nas costas. Sim, no meio de tudo isto, ainda consegui ir fazer uma radiografia às costas.

Cantei, sorri, dancei, saltei. Mas muito pouco. Muito menos do que gostaria, do que preciso, sabem? Há sempre uma mão negra à volta do tronco que nos aperta e tira o ar, ou nos empurra e nos atira de cara ao chão, ou nos puxa e nos senta sem querermos, ou nos abana e nos confunde.

Essa mão negra é nossa. Mas isso é muito difícil de ver, sabem?

Quando esperam por algo, acabam por se convencer de que isso irá acontecer... Acabam por criar as expectativas, por se sentir bem em esperar tal coisa.

Errado.

Criam-se expectativas, cria-se uma obsessão pela proximidade do real ao imaginário: aquilo que desejámos terá que acontecer como desejámos.

E as lâminas da desilusão são mais fortes que o relembrar dos bons velhos tempos. Rasga-os, fere, e perfura todos os tecidos, menos os do futuro promissor.

"Amanhã será um dia melhor". Todos os dias penso ao deitar. But it doesn't work so often...

Acordo agitado... Não como, não falo, só corro... "Ok, este é daqueles dias..." Em que nunca irei parar. Nunca irei conseguir respirar neste dia. Nunca irei conseguir olhar para uma nuvem, ou para um pôr do sol, ou para uma flor, e deixar-me contagiar pela sua beleza, e transformá-la em bem estar. Não me deixam, só me empurram, não me deixam esticar um braço, abrir a boca, esboçar um sorriso, dizer duas ou três palavras... Não, hoje nunca irei conseguir dizer "Eu Amo-Te"... Não me deixam...


MFerreiro.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Paragem

"Não consigo.

Tenho as mãos atadas aos pés... Correr não é possível e, mesmo a andar, o máximo que consigo é tropeçar em mim próprio, desequilibrar-me e cair. Escorregar naquilo que vejo mas de que não me desvio, e aterrar de cara no pó do meu caminho. Firo-me, sujo-me, inspiro a poeira, tusso, e recupero. Mas tudo continua na mesma. Não será depois de cair uma vez que conseguirei andar. Não será por aprender a andar de mãos atadas aos pés que conseguirei andar.

A salvação está em tirar os nós.

É dos nós que tenho que me livrar, não posso aprender a viver com eles... Eles não fazem parte de mim. Nem eu sou parte deles. São um desafio, uma tarefa como qualquer outra. A única maneira de conseguir correr é levantar-me e acelerar. Pode não ser a corrida mais rápida de sempre. Basta não parar, não travar. A cada minuto que parar, terei perdido mais um minuto. Mais um de tantos, de demais. A vida não espera por ninguém. E o medo de perder a boleia é demasiado destrutivo para que alguém o possa ter. Eu ganhei-o, porque falhei, porque quis, porque dava trabalho, porque isto, porque aquilo, porque não tinha forças, porque não era capaz, porque sou estúpido e derrotista. As únicas coisas que ganhei foram os vícios do pensamento cíclico e autodestrutivo.

A salvação está em encontrar a força.

Encontrar a paz interior, encontrando a força que a cada um é dada, à nascença, com a experiência, não sei. Mas todos temos uma. Que tem que ser encontrada, desenvolvida, e assegurada.

A perdição encontra-se nela mesmo.

O início da guerra é sempre com guerra. Enquanto não for travada, continuaremos sempre a perder-nos, interiormente, como pessoas, e exteriormente, como sociedade.

Encontra-te. Tenho que me encontrar. Sou capaz. Sei que sim."

Excerto de "O dia em que me perdi", um conto de Kaz'Ka Anush.


MFerreiro.

domingo, 15 de novembro de 2009

Móvel

"De apático a dinâmico,
de solitário a social,
de incapaz a inteligente,
de pecador a santo,
de desligado a motivado,
de dormente a sensitivo,
de desgastado a fresco...
Mais uma vez santo? Pois, não sei.. Deixar alguém caído, inconsciente, para mim é desumano.
Nem sempre a vida nos sorri, e por vezes acabamos por fazer coisas que não esperávamos...De bom e de mau... Não devemos julgar alguém por aquilo que faz, mas por quem é..

Tudo tem bastidores. Tudo tem uma cortina que tapa o trabalho complexo dos olhos de um comum espectador (Merda, não me consigo explicar.. "Merda no meio das pernas, não me consigo explicar debaixo dos lençóis.." Creio que seja assim...)

Estará na hora de me deixar de análises do foro psico-social? Sim, depois das escadas da redenção, o melhor a fazer sera mesmo pousar a caneta virtual e descansar, finalmente descansar..."

Excerto de "Memórias do meu presente", por Christopher Reeves.


MFerreiro.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Coleccionando

"A vida é uma empada! Por fora seca, por dentro recheada."
Não sei quem inventa coisas destas, mas são verdadeiras pérolas da escrita..
Para alguém que não esteja dentro da vida de alguém, as histórias vão parecer secas, insignificantes, pouco importantes... No entanto, estando por dentro do assunto, observa-se que a vida está recheada de pormenores, uns mais escondidos, uns mais subtis, outros mais visíveis e claros, mas a verdade é que a vida é uma caixinha de surpresas.
E sim, hoje foram a maior surpresa que tive nestes últimos tempos.

Amanhã acabo de escrever!


Durmam bem, pessoas que fazem bem às outras,
MFerreiro.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Já vai

Adoro escrever. Sei que o faço bem, mas gosto verdadeiramente de escrever.

Mas quem me dá o direito de dizer aos outros o que quer que seja? Quem sou eu neste mar de pessoas inteligentes,
bonitas, simpáticas, capazes?

Bem, se calhar este mar está um pouco poluído demais.. Ou talvez seja um rio, e eu apenas esteja a tentar ir
contra a corrente. Não me importo. Se tenho algo a dar a alguém, dou. Se quero dá-lo, ninguém mo pode impedir.

Quem escolhe se é aceite não sou eu.

Por isso caminho, dou o que posso (o que quero..), e sigo feliz como quero (como posso..).

A felicidade está ao alcance de todos. Basta querer.

[
Há aqui, neste blog, um certo abuso de expressão. Quando escrevo "todos", não me refiro a toda a gente. É horrível,
mas a solidão, o medo, a dor, o desespero, a morte, tudo isto tem uma presença constante na vida de algumas pessoas
que não vocês.
Eles sim, sentem o verdadeiro temor de uma vida sem certezas que não a morte, muitas vezes precoce.
Eles sim, sentem constantemente o roçar dos mantos negros a quem dão o seu último sopro.
Por isso quando aqui escrevo "todos", refiro apenas à massa quase uniforme de humanos abençoados pela graça da
dita "civilização", já de todas as maneiras e feitios "ocidentalizada".

O meu objectivo é fazer com que a massa se transforme num conjunto, depois num grupo, e depois em pessoas capazes
de se abstrair deste pacifismo desarmado, deste conformismo apático.

Devia ter escrito isto no início.
]


MFerreiro.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Exodus

Foge.

Corre para todo o lado, foge de todo o lado.

EXPLORAR

Correr faz bem. Liberta-te. És quase obrigado a fazê-lo.

Born to run.

Todos os humanos nascem com uma função. Executá-la ou não é uma escolha de cada um.

Greater good? Desconheço. Há um plano dentro de cada um. A única tarefa difícil na vida é cumpri-lo. Mas nunca será impossível.

Power grows deep within.

Nunca te escondas de ti próprio, não te fujas. Persegue sempre os teus medos. Estes passarão a temer-te, por oposição. Sê dono e mestre do teu fio do destino. Reina sobre tudo e todos, sem que eles saibam.

AUTO-CONHECIMENTO

Descansa apenas quando não puderes mais. E mesmo aí, terás que saber que não o podes fazer. Enquanto estiveres parado, o resto do Universo estará a correr à mesma velocidade, não se importando contigo.

Inspira e expira, bebe um café ou fuma um cigarro. Faz o que quiseres. Mas volta à corrida, sem olhar para o cansaço inesgotável.

Senta-te por um pouco. Fecha os olhos, deixa correr o vento. Pensa em tudo o que és, no que queres fazer. Abre os olhos, e levanta-te. Não estás em primeiro na corrida? Não interessa. Aquela paragem deu-te força para voltar à carga, mas mais importante que isso... Aprendeste a ultrapassar os obstáculos. Sempre que os houver, não faz mal parar por um segundo para olhar para ele. Depois disso, saberás como quebrá-lo.

Podes não vencer, mas garante que não és vencido.

CONTINUAR


MFerreiro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"I just called..."

Sim, é parte de uma música... "to say I love you"

Eu cantei isso. Baixinho, com um sorriso nos lábios. Mas tenho desculpa, não se ganha assim todos os dias.. =P

Prometo que até ao fim da semana escrevo algo de jeito aqui no blog.. =P

Aeh heskatuhi,
Um beijo grande,
MFerreiro.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dormir

...

To die, to sleep, no more.

...


MFerreiro.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Viagens - I

"O cinismo de quem fuma um cigarro à porta do ginásio"

"Os telemóveis, chamadas, mensagens, bits a correr de um lado para o outro, as radiações qie atravessam toda a gente, e ninguém sente, ninguém vê, ninguém quer ver. No one cares. Não se recatam, escondem-se de tudo e todos, escondem-se de si próprios, sem se perguntar se têm o direito de se privar da sua própria companhia..."

"O efeito de Doppler na Carvalhesa acelerada a passar"

"A calma pacífica com cheiro internacional, cheiro a terras longínquas, num jardim de flores de cá."

Excertos de "Memórias do meu presente", por Christopher Reeves.


MFerreiro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Try

Deito-me, e penso.

"Quem são estas pessoas? Porque tentam elas convencer-me que sabem mais sobre mim do que eu próprio?"

Isso não é importante. Não digo, ainda assim, que eu próprio seja mais importante que os outros. Not true.
Mas eu sei com que posso contar de mim, sei como penso, sei como sou e estou.

Estou apaixonado por ti. Não esperava ficar assim, mas gosto de como estou agora.

Conjunto de desabafos? Sim. Não sei se necessários, mas verdadeiros são.

Sou quem sou. Tenho orgulho nisso. Estou em constante mudança, em constante melhoramento. Às vezes mais reparações do que melhoramentos, mas aprendo comigo a ser mutável.

Quem estou a enganar?
Não é sobre isto que quero falar.
Não é sobre isto que preciso de escrever.

Apanhaste-me de surpresa, correste para mim, por cima de mim, e agora parece que foges. A culpa é, muito provavelmente, minha. Desculpa às vezes ser frio e agressivo. Sim, sou. Por reacção, mas sou. Mas agora que o medo é maior, que a distância parece maior, agora que o nó na garganta já faz laço, agora sim, me apercebo que não tinhas mesmo razão quando disseste que não parecia sentir aquilo que dizia. Neste momento, lembrar-me de um beijo teu já é suficiente para me sentir mal... Tenho saudades tuas... (A tua previsão está certa, está a trovejar =P) Pensar que te estou a perder a cada segundo é algo que faço constante, mas involuntariamente. E não é propriamente fácil ser assolado por tais ideias. Quero mesmo abraçar-te, apertar a tua mão contra o meu peito, sentir a tua respiração na minha pele, e suspirar-te ao ouvido. Não quero que desapareças.

Eu não o farei. Manter-te-ei quentinha, ao pé de mim.

Well, I'll try...


MFerreiro.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Anúncio:

A partir de hoje, e por tempo indeterminado, encerramos para efectuar reparações, remodelações e redecorações no nosso estimado estabelecimento.

Até lá, dê uma volta pelos blogs anunciados à direita.


Um grande bem haja,
MFerreiro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mais que hoje

"Cheiro o ar, mas não me cheira a nada...

Não consigo saltar. Dar aquele salto.

Inspiro fundo. Medito.

Amanhã será sempre um novo dia, a menos que levemos o dia de hoje para lá.

Quando fecho os olhos, sei que nada muda quando os abrir.

Mudar-me. Já mudei? Não sei. Amanhã digo-te.

Mas agora gosto um pouco mais do meu mundo. E agora mais um pouco.

Inspiro, expiro, espero.

Gosto de... Bem, tu sabes. That's all that matters.
"

-Christopher Reeves, "Memories of my present" (VP: "Memórias do meu presente")

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Hallo

Bom dia.

Porque este vai ser óptimo!


MFerreiro.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Talvez"

"Um olhar. Uma palavra. Um sorriso. Um abraço e depois um beijo.

Um? Um? Um? Um e um? Não. Nada disso. Nada é só um, é sempre O...

É sempre importante, nunca mais um, é sempre Aquele, nunca daqueles.

Por mais feridas que tenha, quero sempre lutar mais um pouco por ti,

quero sempre estar contigo mais um pouco, não, mais Aquele pequeno instante,

que nunca é pequeno, é quente, é sempre sol e chuva, um arco-íris no céu.

É sempre saudade, é sempre lágrima na despedida. É a vontade sufocante,

e a tristeza, e é a alegria inocente e verdadeira que a combate. É tudo,

E tudo conspira para mais um pouco de tudo. É o completar de duas partes que não são só duas,

E que nunca pára, que não volta atrás, é sempre mais, tudo mais.

Sinto muito. E adoro sentir tudo o que sinto, adoro sentir a tua mão na minha,

E o teu ombro despido. Queria dizer que és para mim, mas não o sei.

Quero ficar feliz. Porque já o sou. Dá-me segurança, dá-me paz, dá-me tu, sem medos.

O mal que tenho é apenas um bem guardado, fechado há demasiado tempo.

Corre para perto de mim, porque já corri para o teu lado. Abre os olhos para mim.

A minha sede de ti não vê barreiras, não vê obstáculos, porque não interessam.

Saltar-lhes-ei por cima como se lá não estivessem... Tenho todas as certezas do mundo.

Adoro-te... Talvez não me queiras..."

-Christopher Reeves, "Memories of my present"

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aqui vamos

Para onde? Para quê? Não sei, e ninguém sabe...

Não vale a pena convermo-nos de que o futuro irá ser mau. Mas de pouco mais vale convencermo-nos de que o futuro será bom.
Está dentro de nós, somos nós que o criamos, e somos nós que o vivemos. Nós. Os nosso filhos. Os nossos netos. And so on.

Esqueçamos tudo. Abram os olhos, agora. Agora, que não é mais o que passou nem o que há-de vir. Sejam, apenas, cresçam,
apenas, vivam, apenas. Sintam. Sejam.

Agarrar o que é importante. Isso sim.

Trabalho de casa: Escolham. Alguém, algo. Escolham nada, ou escolham tudo. Mas escolham, e façam. Façam esse favor a vocês
próprios.


MFerreiro.

EDIT: Este post foi escrito antes dos últimos três ou quatro!

sábado, 22 de agosto de 2009

Sim, sem dúvida o melhor nada de sempre.


MFerreiro.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nunca se sabe!

A vida corre sempre bem, se assim o quiserem. Os problemas existem. Podem magoar-nos.. Mas não nos podem massacrar. O sorriso na cara ganha todos os jogos.

Sorri! Sorriam!

Vão ver como tudo sabe melhor..


MFerreiro.

(Não) parar

A vida segue o seu caminho. So do we.

Não há mal em parar para pensar, durante uns tempos. Não há mal em descansar numa subida, ou respirar fundo enquanto se atravessa o rio que é o nosso meio.

Há razões para aquilo que fazemos. Podemos não as perceber, não podemos é fugir delas. A vida de cada um pertence a cada um.

Não podemos interferir com o desenvolvimento dos outros. Por mais queridos que nos sejam. Por mais afastados que nos sejam. Não temos esse direito. Os outros têm que querer acordar, para os podermos acordar. Têm que querer ver, para lhes podermos mostrar o mundo. Têm que querer ser, para poderem ser.

Não leias isto. Não leiam isto.

Nada disto é real, são apenas frases, umas mais soltas que outras, que vagueiam num cérebro viciado no caminho que sente ser o verdadeiro. Nada mais.

Nada existe.

Nada é.

Sonho.

E nada mais que um sonho encontras aqui. Mas... Se de um sonho conseguires tirar algum sentido, e se realmente quiseres, não olhes para onde olhas, mas sente aquilo que vês. O cheiro do mundo de ilusão de sonhos de humanos... Esse não existe...

Tu. Vocês.

A função de cada um é ser. E para isso não basta existir. É preciso sentir. Não demais. Sentir.

Sente. Sintam.

Eu despeço-me.


MFerreiro.

sábado, 8 de agosto de 2009

Relembrar

Fechem os olhos. Descansem. A vida pode ser demasiado barulhenta, por vezes..

Já está? Darei agora início ao artigo.

Não basta sentir. Não basta ver. Não basta esperar pelas informações, se não nos mexermos, não chegamos a lado nenhum. Há que desejar crescer. Porque crescer é óptimo, acreditem.

Hoje não há muito para dizer. Coisas boas, coisas más, umas coisas e outras mais ou menos. Mas um dia claramente normal, razoável. Será que ainda há esperanças para este hoje tão inesquecível como qualquer outro dia esquecível?

Nada vai mudar. Tudo será como é. Porque o instante em que vivemos é apenas senão isso.

(Mas que raio de obsessão pelos instantes, pelo presente?)

Gosto de estar por aqui. Por cá. Por onde quer que esteja. Gosto simplesmente de estar em todo o lado, embora nunca consiga. Gosto de ter a vida que tenho.

(Sim, estou um bocado no desabafo...)

Sinto-me, ainda assim, sempre noutro sítio. Onde quer que esteja, desejo sempre estar mais próximo. É o que dá, e não se percebe nunca. Desculpa...

(Quero dar-me.)

Para aqui vou escrevendo, sem nada dizer, mas querendo tudo.

(A ti...)

"I shot the sheriff" no FBA. Gosto deste sítio! Um dia destes vens cá também!

Agora me despeço.


MFerreiro.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pois é..

Todos os dias acabam. Todos os dias de trabalho acabam. Todos os dias de férias acabam. Todos os dias de nojo acabam.

Hoje, durante sempre. Agora é sempre hoje. Hoje nunca é amanhã, porque o amanhã não existe.

Perdoem-me.

De início.

Todos os dias acabam. O instante é que vivemos é caracterizado por ser infinitamente pequeno, mas contínuo por todas as nossas vidas. É sempre o presente, mas por um tempo mínimo.

Calma.

Desta é de vez.

Não nos podemos prender ao passado. Se ontem estiveste mal, levanta a cabeça. O amanhã será melhor. Se hoje estás bem, aproveita o hoje. Amanhã, constrói o teu dia de novo, terá novos perigos e novas recompensas.


Sim, além de mais poético e mais legível, fica mais assertivo, mais directo às vossas cabeças.

Façam-me esse favor. Crescam. Evoluam. Pensem. Não quero um exército de super-humanos que crio à minha imagem. Quero todos diferentes, todos iguais. Todos com a sua ideia. Todos capazes de a partilhar.

Vá lá... "Bom dia! Acordaste! Ajuda-me a acordar os outros..." "Claro! Claro... Espera.. Sou o único acordado, os outros foram para outro sítio.. Tenho que acordar esta gente toda sozinho..." E o ciclo recomeça. Acordem-se uns aos outros.. Acordem vocês mesmos!

Come live the best of lives, with true peace and happiness.
Bless.


MFerreiro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mensagem

Pensamento do dia:

"Estou-me nas tintas para o mundo"

MFerreiro

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Em branco

Olá.

Agora te escrevo. Não sei se sabes, mas é para ti. Sabes, mas és a única pessoa.

Voltar ao dia-a-dia é o que mais custa quando se faz grandes viagens. Por isso quero continuar a viajar.

Pela minha mente.
Pelo meu mundo.
Por tudo o que vejo, e tudo o que recebo.
Viajar.

Fecho os olhos, sinto o cheiro que paira no ar, ouço o cantar apressado das gaivotas a avisar as crias de que são horas de
ir para casa. Tapo os ouvidos, e vejo a cor do mar, a calma das ondas que se encostam à praia. Sinto a areia escorregar nas
mãos.. Falta um..

Espreguiço-me e levanto-me da cama. Mais uma noite bem passada nas terras dos sonhos que se sonham bem. Sem problemas.
Sonhos? Desejos.. Sempre possíveis, por mais difíceis que pareçam. "Quem corre por gosto não cansa" Cansa. Mas a meta sabe
sempre melhor, preenche mais, aquece mais. Fazer um pequeno esforço para ter boas notas, ajudar os outros, surpreender a
namorada.. É.. bom. Sabe bem, organicamente bem.

Preparo-me agora. Sou uma pessoa outra vez. Faço parte do mundo outra vez. Espero por ti outra vez.

Vou lavar todos as questões que resolvi e perfumar todas as minhas vontades, para que sejam partilhadas.

Um abraço,
MFerreiro.

Para todos os outros, tenho a dizer que voltei, por isso podem esperar um ou outro post por dia nos próximos dias.
Estou a reinar, será só um por dia!

sábado, 25 de julho de 2009

Férias

Início: 26 de Julho de 2009

Final: Indeterminado. (Apontem para meados de Agosto)


That is all.
MFerreiro.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Furo

É tão bom quando a vida nos corre bem. Quando sabemos o que está certo: é o que estamos a fazer. É uma coisa tão boa de sentir, mas ainda assim.. Tão rara.. Tão doce, mas tão fugidia..

A ideia que temos de nós. Quem a faz? Eu? Os outros? Todos? Ninguém?

Equilíbrio.

Ninguém me pode exigir nada, a não ser eu.. E quando eu não cumpro com as minhas exigências? Que faz isso de mim? Uma falha. Sim, falhei claramente, os meus objectivos foram sendo esquecidos, para não ter a amarga desilusão de que não os cumpri por.. Sei lá!.. Mas não os cumpri. E tinha esse direito, e esse dever. Vou esquecendo.. Vou-me esquecendo.. Vou esquecendo-me..

Prendam-me num sítio em que esteja livre. Mandem-me para longe de tudo o que é meu. Troquem a minha vida durante uma semana. Esta está a custar, agora..

*Wish granted*

Estou no mesmo sítio. Na mesma cadeira. À frente do mesmo computador. As letras continuam no mesmo sítio. Os acentos estão cá, isso exclui metade do mundo. Vou descobrindo que continuo exactamente no mesmo lugar. Terei sido enganado? Olho ao espelho. Onde estão as olheiras? Onde está a expressão fria e vaga? Respiro fundo. Há cheiros no ar. Há vida. Há vida!

Não me perguntem porquê.

Equilíbrio.

Apenas não me perguntem porquê.

Só equilíbrio.


MFerreiro.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Edição Especial

Choro. Não, não choro. Quase choro. As lágrimas espreitam cá para baixo, mas não saltam, mas já estão à janela, mas não saltam, mas estão quase.

Custa ver. Custa ouvir. Dói, como se fosse comigo, mas nunca é, nem nunca foi. Pode ser que venha a ser.

Ah, vida. Ah! Vida de merda. Às vezes chateias, às vezes irritas. Sabes como és, melhor que ninguém. E nunca mudas, teimas em fazer sempre asneiras. Passas a perna, e só depois dás o empurrãozinho.. Só quando já perdemos o equilíbrio é que ajudas a continuar. Só dás o empurrãozinho para a queda doer mais. Mais. Mais. Pára com isso.

Porque sofremos?


MFerreiro.

Who? Naturally..

Estica o dedo. Não feches os olhos. Tremes, suas, mas não páras. Com o olhar, fixas bem a ferida que tens na perna. Sentes um choque. Outro. Cerras os dentes, e todos os músculos se contraem. Mas não páras. Não deixas de pôr o dedo na ferida.. Não deixas de te fazer sofrer, sabendo que será inevitável se não mudares a atitude.

Porque é que ninguém me ouve? Às vezes tenho essa sensação. Ou ninguém me ouve, ou me ouvem demais.. Mas o equilíbrio está fora de moda? Hoje toda a gente quer imenso alguma coisa, em todos os assuntos. Ou querem imenso alguma coisa, ou querem imenso não ter/ver/sentir/cheirar/ouvir alguma coisa. Neste caso, ou querem imenso ouvir-me, e ouvem tudo como se mais ninguém na Terra soubesse falar, ou então nem se apercebem que estou verdadeiramente a falar. Há que acalmar. Há que pensar. Há que raciocinar. Há que amar.

Parem de subir o tom de voz.
Parem de querer mal outros.
Ouçam-se a vocês mesmos, vejam o estado em que estão.
Vejam o que fizeram. Não têm vergonha na cara?


"You are not your job.
You are not how much money you have in the bank.
You are not the car you drive.
You are not the contents of your wallet.
You are not your fucking khakis.
You are the all-singing, all-dancing crap of the world."
-in Fight Club

Como é possível haver tanta informação, e tanta ignorância? Como é possível haver pessoas tão inteligentes, e generais de guerra? Como podem estragar o vosso único presente? A única coisa que têm, e não é vosso, é a Terra. E é aquilo que mais destroem. (Pobres e mal agradecidos)

Sentem-se. Na cadeira. No sofá. No chão. No cão ou no gato. No tecto, e nas paredes. Não se sentem, mas sentem-se. Deixem que a energia entre. Ela está em todo o lado, não se escondam. Não se defendam. Ela é o que fizerem dela. Respiram-na, e temem-na. Vêem-na, e temem-na. Sentem-na, e desejam nada mais sentir. Parem. You are who, what, where and when you are. Nothing more. Nothing else is relevant. You're here, now, the way you want to be, who you believe you are. Namaste. "My inner God acknowledges your inner God". Namaste.

Porque é que a sociedade cheira mal?.. Porque é que a segurança que é tão boa é tão má?

"Any society that would give up a little liberty to gain a little security will deserve neither and lose both"
-by Benjamin Franklin

Quem me explica isto?.. Quem me explica porque é que ainda insistem no medo, na desconfiança, na dor, e na violência?.. Não sei..


MFerreiro.

domingo, 19 de julho de 2009

Au naturel - Parte I + Parte II

Chego a casa, são 05h43.
Começo a tirar o casaco. Doem-me os braços. Estou cansado. Dói-me a cabeça.. Estou estafado.
Foi um longo dia. Começando cedo, há mais de vinte horas atrás.. Acabando agora, assim. Bocejo. Penso no que fiz, nos riscos que corri, no que ganhei, no que perdi.

Ganhei.
Como sempre.. Sempre que posso, digo..

Estou comigo, e sou quem mais ganha com isso.



Tiro as pesadas armaduras.. Estou ferido no peito. Pouso-as no chão, deixo que também elas se queixem. Afinal, sacrificam-se por mim. A espada ensanguentada ainda está quente. Agradeço a Thau'in a força e a mestria com que me abençoou.
Tenho um estilhaço de vidro incrustrado no ombro esquerdo. Mordo a almofada para não morder mais nada. Parece que está preso. Tremo, sinto-me a fraquejar, mas tenho que acabar de arrancar o bocado.
Já está. O ombro pinga, mas pelo menos não tem vidro. Vou buscar um pouco de pólvora. Tenho sempre um bocado para estas situações. Espalho-a por cima da cavidade onde se encontrava o vidro. Lume.

Queima, arde, passa. Dói.

Não será sempre assim a vida? Fazemos o que temos que fazer, e acabamos por sofrer, acaba por nos doer tudo. Temos todo o tempo do mundo para nós. As outras pessoas não são assim tão importantes. Não devem ser! Não podem ser. Ninguém lhes deu esse direito, de conseguir mudar o mundo que com tanto trabalho..

Pare. Escute. Olhe.

Pois, às vezes tem que ser. Há que observar. Há que saber o que nos rodeia. Há que controlar o que nos rodeia. Há que saber o ponto fraco de cada um, o ponto forte de cada um, saber como destruir, e como reparar cada pessoa à nossa volta. Só assim temos o direito de estar com elas, dominando-as.

Cala-te e pensa. De que estou a falar, perguntas. Falo de algo.. Bonito. Relações interpessoais. Mas algo tão belo, complexo e interessante como um buraco negro, o Sol ou qualquer outra coisa que saibam que se chegarem demasiado perto sem saber tudo, nunca irão conseguir regressar.

Sobrevive ou morre. Vive e deixa viver? Já não se vê.. Mata, ou morre..
Não funcionas assim? Então espero nunca te encontrar.. Se tiver que ser, eu chego primeiro ao coldre. Nunca treinei, é da prática que já tenho. Esta vida não está fácil, e ambos sabemos disso.

Levanta-te. Ninguém quer olhar para alguém que está estendido no chão porque está cheio de problemas. Os humanos atraem-nos, todos os têm. Se todos fizessem o mesmo, o mundo parava, ninguém se iria levantar. Então porquê tu? Que tens mais que os outros? Quem te conferiu esse direito? Não fui eu.

Fogo. Chamas. O som de madeira a estalar, prédios a ceder. Gritos. Nenhum deles sabe o que é. Se lhe quiserem dar um nome, que fique... O Fogo da Purificação.

Corpos queimados, chagas flamejantes, incandescentes. Eu sei quem vocês são. Mas vocês não sabem quem eu sou. Nem quero que saibam. Fiquemo-nos por aqui.

Levanto-me lentamente da cama. Tomo um duche rápido. Merda, já estou atrasado.


MFerreiro.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Presente

Não faço nada.

Abro os olhos, vejo que estou atrasado. Sempre. Já devia ter feito isto há meia hora, já devia ter saído, já devia ter corrido, já devia ter chegado, já devia ter enviado um fax, já devia ter falado com duzentas pessoas, já devia ter, já devia, já devia, já, já, já, tenho que, sempre, tudo. Porra! Cala-te!
(Maldita consciência)

Vamos lá parar um pouco.

Era uma piada. Não podes, não dá para parar, há sempre alguém a correr atrás de ti, passa e dá-te um empurrão, rouba-te a mochila, os óculos, ou o telemóvel que tinhas na mão para ligar à pessoa de quem gostas. Corre. Vai atrás dele. Ele nem sequer é propriamente atlético, mas já tem um bom avanço. Dizes, a medo "Desculpe" às pessoas em quem dás encontrões. Mas isso só as ofende. Quanto menos contacto com os outros tiverem, melhor. Os empurrões? Pão nosso de cada dia, estão habituados, já não mudam de expressão, não fazem caretas de dor, nem sequer se desviam. "Desculpe"?.. O pensamento é veloz, e a frase aparece: "Eu conheço-o, para estar a falar comigo? Eu tenho cara de quem quer falar com alguém sem ser por obrigação?! Meta-se na sua vida!"

Pensa! Estavas a perseguir aquele gordo com as calças pelos joelhos, em plena Baixa Lisboeta.

Virou uma esquina. Qual? Interessa?.. (Pausa para telefonema. Não serão poucos, hoje.)

Correr. Correr. Correr. Tem que ser. Eu tenho que correr. Não dá para parar, não podes. Nunca. Fecho os olhos. "Merda, estou atrasado."

Não faço nada.


MFerreiro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hoje sim.. Mesmo?..

Pois, é um bocado duvidoso. Quando as certezas decaem exponencialmente, temos o copo probabilístico entornado sobre o mar do nunca.

De que falo? Às vezes nem eu sei. Sim, poderia ser dito sobre a minha pessoa (sim, esta pessoa que escreve é uma pessoa, não material, mas é uma pessoa) que há um certo desconhecimento dos sentimentos que nutro. Desenganem-se, esse não é o caso. Lá porque tudo é uma correria, e toda a gente anda depressa, e temos que dar o nosso melhor, e isto, e aquilo, não quer dizer que não consigamos parar um bocadinho para pensar sobre nós próprios, ignorando, nem que seja por uns segundos, tudo o que nos rodeia.

Façamos um exercício mental. (Ler primeiro todos os pontos, ou arranjar alguém que vos leia isto)

- Fechar os olhos (Por isso é que é importante seguir as instruções!)
- Inspirar três vezes, profundamente
- Sentir a respiração na pele, sentir o vento
- Libertar a cabeça, rodar o pescoço livremente, sem qualquer obrigação de modo ou sentido. Rodar, apenas.
- Esticar as costas, espreguiçar o corpo para os mais libertos
- Parar tudo. Pensar. (Este é o passo mais difícil: deixem a mente vaguear por onde bem lhe apetecer. É ela quem vos vai guiar nesta pequena viagem)
- Onde estão? Sozinhos, acompanhados? Vejam o que vos rodeia, a cor do céu, estejam atentos a todos os pormenores nas imagens que vêem.
- Vão. Vão para onde querem, vão embora de onde não querem estar, vão para lado nenhum ou para todos os lados ao mesmo tempo. Mas vão.
- Quem são? Descrevam-se. Em poucas palavras. Em muitas palavras. Em gestos, em sons, em cheiros. Saibam quem são, é só isso que interessa.
- Aprenderam alguma coisa?..
- Inspirar três vezes, profundamente.
- Abrir os braços. No final de contas, estão a dar-vos as boas vindas a vocês próprios.
- Abrir os olhos, estão de volta.
- Levantem-se, andem um bocadinho.
- Sorrir. O mundo acordou. Ou terão sido vocês a acordar para o mundo? Não sei, está nas vossas mãos.

MFerreiro.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sentado, escrevo

Sim.
Sentado, escrevo, e não sei quando vou parar. Nem como começar.

A vida flui, e com ela, todos os nossos sonhos, vontades, desejos íntimos. No fundo não seremos aquilo que queremos?

Uns correm atrás do seu próprio destino, sem se preocupar com mais nada.
Uns seguem montados no seu fado, nas mãos as rédeas da sua vida.
Uns fogem apressadamente do caminho que julgam errado.

Ninguém fica parado.

Tu vais.
Tu voltas.
Às tantas, um dia ainda cá estás, e já voltaste, no dia a seguir queres outra vez o comboio que te levou para longe, mas que te fez estar cá sempre.

Corre vida. Corre vento. Corre comboio enquanto fumas a tua pensativa madeira, soltando os aros de fumo negro que exalas sabiamente. Corre velho. Corre novo e ajuda o velho.

Não páres. Corre. O amanhã demora, e ontem já foi. Vais perdoar-te se não deres o melhor?

MFerreiro.