domingo, 14 de março de 2010

Um palmo à frente

Nem sequer era um corredor assíduo. - Não mais do que quem apenas corre para autocarros. Quando tinha que ser, corria. - Naquele dia teve mesmo que correr.

Correu.

Correu como pouco ou nunca tinha corrido. Porque sentiu. Porque tinha que ser.

Estrada fora, sem ainda ter percebido para onde, ou de onde. Só sabia que era o seu objectivo. Correr.

O mundo ia caindo. Pedaço a pedaço, o mundo caía para o centro, já oco, desta nossa Terra. Nossa, pois nossa é também a responsabilidade por tudo o que nela fazemos.

A seus pés faltavam-lhe os apoios, e caiu também, para o seu mais profundo interior.

"Acorda... Que se passa?"
"Tive outra vez aquele sonho, mas desta vez durante mais tempo..."
"Não te preocupes..."
"Mas eu vi-te, e tu..."
"Não te preocupes... Eu tive o mesmo sonho, confia em mim..."

E o chão começou a tremer.


MFerreiro.

3 comentários:

  1. está muito jeitosinho... até dá para fazer uma sequela e quiça uma prequela... as pessoas adoram prequelas xD mas se isto ficar neste empasse em que nada se percebe e pouco se sabe... fica com o toque mágico com que o deixaste, e não fica nada mal =)

    ResponderEliminar